Haroldo Naves participa de audiência sobre qualidade do serviço de energia em Goiás

O vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), Haroldo Naves, participou de audiência pública sobre a má qualidade da prestação de serviços pela Enel aos consumidores de energia no Estado de Goiás. A audiência foi promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado Federal, na manhã desta quarta-feira, 4 de março.
Durante a reunião, foi questionado um possível aumento de 27% no preço da energia desde que a nova empresa assumiu os serviços. Os participantes do debate também buscaram esclarecer a informação de que, em 2019, a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) multou a distribuidora no valor de R$ 62 milhões, por conta da má qualidade dos serviços prestados no Estado.
“A questão preocupa todos os 246 Municípios de Goiás”, disse Naves no início de sua explanação. Ele contou que Piracanjuba, na zona rural, ficou oito dias sem energia, e isso causou diversos impactos negativos, inclusive na economia. “O Goiás é o Estado do agronegócio, é um produtor de leite. Com a perda de produtos [por conta de apagões], os Municípios deixam de arrecadar”, reforçou. O representante da CNM também mencionou outros casos lamentáveis, como a falta de energia em Campos Verdes por cinco dias.
A fata de energia, de manutenção da rede e reajustes tarifários pouco transparentes são alguns dos problemas enfrentados nos Municípios brasileiros, mesmo sendo o país um dos maiores consumidores de energia, em nível mundial. Ao analisar o contexto geral, estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontou o Norte e o Centro-Oeste como os mais afetados com a pela falta de energia, de 2011 e 2017.
Ranking
O mapeamento ganhou destaque em 2019, ano em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicou a distribuidora de energia de Goiás como o pior desempenho do país pela segunda vez consecutiva, ficando com o 30º lugar no ranking. Os consumidores goianos ficaram, em média, 26,61 horas sem energia em Goiás em 2018.
Diante dos números e dos recorrentes problemas enfrentados na região, o debate da CI contou com a participação de representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Enel Distribuição Goiás, do Ministério de Minas e Energia (MME) e do governador Ronaldo Caiado. O autor do requerimento, senador Luiz do Carmo (MDB-GO), acredita que a venda da Companhia de Distribuição do Estado de Goiás (Celg) para a Enel foi danosa aos cofres públicos e aos consumidores.
Fonte: CNM com dados do Senado Federal