Avaliação da educação básica passa por reformulação e inclui creches e pré-escolas


Professores, dirigentes e equipe escolar da educação infantil serão avaliados no ano que vem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Nesta avaliação, os profissionais responderão questionários para averiguar questões como infraestrutura do local e formação dos docentes.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 28 de junho, pelo ministro da Educação, Rossieli Soares. As escolas serão avaliadas quanto à oferta de condições para o desenvolvimento das crianças. Segundo o Inep, o Brasil conta com cerca de 32% das crianças de até 3 anos matriculadas em creches e 91,5% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas em pré-escolas. A intenção é que os pais e responsáveis das crianças também façam parte da avaliação a partir de 2021.
Estão previstas outras mudanças no sistema de avaliação da educação básica. Avaliações como: Prova Brasil, Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), entre outras, deixarão de ser assim denominadas e passarão a ser identificadas como etapas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Todas serão feitas de dois em dois anos, em anos ímpares, com a divulgação dos resultados no ano seguinte. As mudanças passam a valer em 2019. Vale lembrar que os Municípios são os principais responsáveis pela oferta da educação infantil e do ensino fundamental.
Alfabetização antecipada
A avaliação da alfabetização, antes realizada pela Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) no 3º ano do ensino fundamental, a partir do próximo ano, passará a avaliar os estudantes no final do 2º ano, geralmente com idade de 7 anos, sobre o que aprenderam em língua portuguesa e matemática. Com essa idade, os estudantes deverão ser capazes de ler e escrever.
A mudança ocorre para adequar a avaliação à Base Nacional Comum Curricular da educação infantil e ensino fundamental (BNCC), homologada pelo MEC no final do ano passado. Com o anúncio desta mudança, a ANA não será aplicada este ano.
Ciências
As avaliações do 5º e do 9º ano, antiga Prova Brasil, continuarão sendo aplicadas, mas com uma novidade: a prova do 9º ano passa a avaliar ciências da natureza e ciências humanas. Para o MEC, a mudança aproxima a avaliação brasileira de avaliações internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Em 2015, o Brasil ficou em 63ª posição em ciências, em um ranking com 70 países ou regiões.
Apesar da avaliação da aprendizagem m em ciências, o resultado obtido pelos estudantes nessa área de conhecimentos não entrará no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) pelo menos até 2021. Segundo o ministro, a intenção é que esse resultado passe a valer também para indicar a qualidade das escolas a partir de 2023.
Ensino Médio
Os estudantes do 3º ano do ensino médio, que, no ano que vem, responderão às provas de língua portuguesa e matemática, passarão a ser avaliados de forma censitária, com aplicação das provas em todas as escolas públicas. Assim como no ensino fundamental, a ideia é que os estudantes do ensino médio passem, no futuro, a ser avaliados também em ciências humanas e da natureza.
Questionário eletrônico
A partir do ano que vem, os questionários aplicados a professores, dirigentes e diretores escolares serão eletrônicos. Com os estudantes, o Inep testará a novidade de forma piloto em algumas escolas. Os estudantes farão a prova regular e, além disso, a versão eletrônica, apenas para teste.
 
Fonte: CNM