Página - CGU apresenta relatórios com diagnóstico e recomendações para conselhos de assistência social e condicionalidades do Bolsa Família
CGU apresenta relatórios com diagnóstico e recomendações para conselhos de assistência social e condicionalidades do Bolsa Família
Página CGU apresenta relatórios com diagnóstico e recomendações para conselhos de assistência social e condicionalidades do Bolsa Família
- 10/06/2025 às 09:57
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou, na última quinta-feira (6), dois relatórios que analisam pontos essenciais do sistema de proteção social no Brasil. Os documentos foram apresentados durante uma reunião da Rede Federal de Fiscalização do Bolsa Família e do Cadastro Único, realizada no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em Brasília.
Os estudos integram as ações do programa CGU Presente, que busca aprimorar a gestão pública por meio de visitas técnicas e diálogos diretos com gestores e usuários nos estados e municípios.
Participaram do encontro representantes do MDS, incluindo o consultor jurídico e coordenador da Rede Federal de Fiscalização, João Paulo de Faria Santos, a secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, o secretário de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, Rafael Guerreiro Osorio, além de técnicos da CGU e de ministérios parceiros.
João Paulo Santos destacou a relevância dos relatórios:
“A CGU nos trouxe duas auditorias fundamentais. Uma focada na atuação dos conselhos de assistência social em todo o país, e outra sobre as condicionalidades do Bolsa Família — que vão além da transferência de renda, promovendo a frequência escolar, vacinação e o bem-estar da população.”
Diagnóstico dos Conselhos de Assistência Social
O primeiro relatório avaliou o funcionamento dos Conselhos de Assistência Social nos níveis estadual e municipal. A análise envolveu 25 estados, o Distrito Federal e 69 municípios, totalizando 384 entrevistas com conselheiros e 95 com gestores locais.
O levantamento revelou desafios como:
Dificuldades na composição equilibrada dos conselhos, especialmente em relação à representação da sociedade civil (usuários, trabalhadores e entidades);
Fragilidades na fiscalização da execução dos serviços e na gestão dos recursos;
Percepções distintas sobre o apoio entre instâncias: os Conselhos Estaduais (Ceas) afirmam receber suporte do Conselho Nacional (CNAS), enquanto os Conselhos Municipais (CMAS) relatam pouca ou nenhuma assistência dos Ceas.
Entre as recomendações da CGU estão:
Reforçar a representatividade da sociedade civil;
Garantir recursos mínimos, como os do Índice de Gestão Descentralizada (IGD);
Promover capacitação contínua dos conselheiros;
Ampliar a transparência e os canais de participação social;
Estabelecer mecanismos formais de assessoramento entre Ceas e CMAS;
Regulamentar a atuação dos conselhos no acompanhamento de serviços e fiscalização de recursos.
Condicionalidades do Bolsa Família
O segundo relatório trata da gestão das condicionalidades do Bolsa Família nas áreas de saúde e educação — exigências que condicionam a permanência das famílias no programa. A auditoria, realizada em 2024, contou com entrevistas em todos os estados, no DF e em 57 municípios, ouvindo gestores, técnicos, conselheiros e beneficiários.
O estudo reconheceu avanços importantes, como:
A criação do Comitê Interministerial de Ações Integradas do Programa Bolsa Família (Decreto nº 12.064/2024);
Novas diretrizes operacionais exigindo comissões intersetoriais nos estados.
No entanto, também foram identificados obstáculos, como:
Falta de integração entre os sistemas de informação das áreas de saúde, educação e assistência social;
Dificuldades na atualização de cadastros.
As recomendações da CGU incluem:
Atualizar e aperfeiçoar orientações operacionais;
Ampliar a interoperabilidade entre sistemas;
Implementar planos de ação intersetoriais.
Elias de Oliveira, representante da CGU na Rede Federal de Fiscalização, reforçou o papel do encontro:
“Foi uma oportunidade de apresentar achados e recomendações, promovendo o debate sobre melhorias e continuidade dessas políticas públicas tão relevantes.”
Medidas já adotadas pelo MDS
O MDS informou que diversas ações já foram implementadas ou estão em curso, entre elas:
Publicação do Decreto nº 12.064/2024, que regulamenta o Bolsa Família;
Portaria MDS nº 1.030/2024, com novos critérios de adesão ao programa;
Integração de bases de dados entre Cadastro Único, Sistema Presença e Censo Escolar 2023;
Criação de um identificador do Bolsa Família no sistema de atenção primária à saúde;
Portarias que regulamentam o IGD e criam incentivos para comissões intersetoriais;
Atualização das diretrizes para a gestão das condicionalidades (Portaria nº 1.058/2025);
Novas portarias interministeriais sobre acompanhamento em saúde e educação;
Melhoria do cadastro de presença escolar e cruzamento com o Censo Escolar;
Qualificação de dados no DataSUS e integração ao Prontuário Eletrônico do Cidadão;
Elaboração de minuta para regulamentar o Comitê Interministerial.
A divulgação dos relatórios reforça o papel do controle social, da transparência e da articulação federativa como pilares fundamentais para a efetividade das políticas públicas de combate à pobreza e à fome.
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